Your browser doesn't support javascript.
loading
Mostrar: 20 | 50 | 100
Resultados 1 - 14 de 14
Filtrar
1.
Biota Neotrop. (Online, Ed. ingl.) ; 22(1): e20211220, 2021.
Artigo em Inglês | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1355774

RESUMO

Abstract: Scientific research that purports to evaluate Indigenous fire regimes in the absence of ethnographically contextualized ecological data runs the risk of exacerbating the fire blame game and providing evidence to support distorted narratives advanced by anti-Indigenous advocates. Spatial analysis of fire scars in Indigenous territories can be an effective tool for characterizing cultural fire regimes in terms of distribution and frequency, especially when qualified by linkages to different local ecosystems. A recently published article drew on fire scar mapping from satellite imagery to assess anthropogenic fire distribution and frequency in the Pimentel Barbosa Indigenous Land, Central Brazil. The authors use their findings to characterize A'uwẽ (Xavante) use of fire as unmanaged and a model of unsustainable use of cerrado resources. In this article, we discuss Aguiar & Martins's recent paper in light of our long-term research on A'uwẽ hunting with fire in the Pimentel Barbosa Indigenous Land, arguing that A'uwẽ hunters do burn according to established cultural protocols, manage their use of fire for conservationist purposes, and do not cause environmental degradation by burning.


Resumo: A pesquisa científica que pretende avaliar regimes indígenas de queimadas na ausência de dados ecológicos contextualizados etnograficamente corre o risco de exacerbar o jogo de culpabilização do fogo, fornecendo evidências para apoiar narrativas distorcidas apresentadas por militantes anti-indígenas. A análise espacial de cicatrizes de fogo em territórios indígenas pode ser uma ferramenta eficaz para caracterizar regimes culturais de fogo em termos de distribuição e frequência, especialmente quando qualificada por ligações a diferentes ecossistemas locais. Um artigo publicado recentemente se baseou no mapeamento de cicatrizes de fogo a partir de imagens de satélite para avaliar a distribuição e frequência antropogênica de fogo na Terra Indígena Pimentel Barbosa, Brasil Central. Os autores usam seus resultados para caracterizar o uso do fogo pelos A'uwẽ (Xavante) como não manejado e um modelo insustentável de uso de recursos do cerrado. Neste artigo, discutimos o artigo recente de Aguiar & Martins à luz de nossa pesquisa de longa duração sobre a caçada com fogo praticada pelos A'uwẽ na Terra Indígena Pimentel Barbosa, argumentando que os caçadores A'uwẽ queimam de acordo com protocolos culturais estabelecidos, manejam o fogo de maneira conservacionista e não causam degradação ambiental pela queimada.

2.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 36(12): e00100520, 2020. tab, graf
Artigo em Português | LILACS, SES-SP | ID: biblio-1142637

RESUMO

Resumo: Estima-se que no Brasil existam cerca de 900 mil indígenas (0,4% da população do país) pertencentes a mais de 300 etnias diferentes. Porém, informações sobre a epidemiologia do câncer e sobre os medicamentos antineoplásicos utilizados no tratamento desses indivíduos são escassas. Os objetivos do presente estudo são identificar os medicamentos antineoplásicos utilizados e descrever o perfil de utilização deles na população indígena tratada no Brasil, além de descrever o perfil epidemiológico dos usuários. Foi realizado um estudo do tipo ecológico que envolveu os atendimentos ambulatoriais de quimioterapia, realizados no período de janeiro de 2014 e dezembro de 2018, em todo o Brasil. A fonte de coleta dos dados utilizada foi o Sistema de Informação Ambulatorial, do Departamento de Informática do SUS, considerando apenas as Autorizações de Procedimentos de Alta Complexidade para Quimioterapia. Foram identificadas 2.425 autorizações para procedimentos de quimioterapia destinadas ao tratamento de pacientes indígenas. Um total de 2.292 autorizações, para um total de 210 indivíduos, foram analisadas. Observou-se um aumento do número de autorizações e de indígenas em uso de quimioterapia ao longo do período, maior concentração de indivíduos residentes e em tratamento na Região Sul do país, diversidade de tipos de tumores diagnosticados (n = 63) e de esquemas terapêuticos utilizados durante o tratamento (n = 107). O presente estudo trouxe um novo panorama sobre o perfil epidemiológico dos usuários indígenas sob tratamento quimioterápico no Sistema Único de Saúde. Os achados contribuem para o preenchimento da atual lacuna de conhecimento a respeito da saúde indígena no Brasil.


Abstract: Brazil has an estimated 900,000 indigenous people (0.4% of the country's population), belonging to more than 300 different ethnic groups. However, information is scarce on cancer epidemiology and the antineoplastic drugs used in treatment of these individuals. The study's objectives are to identify the antineoplastic drugs used and to describe the profile of use of these drugs in the indigenous population treated in Brazil, as well as to describe the patients' epidemiological profile. An ecological study was performed involving outpatient chemotherapy care from January 2014 to December 2018 throughout Brazil. The data source was the Outpatient Information System of the Brazilian Health Informatics Department, considering only Authorizations for High-Complexity Chemotherapy Procedures. We identified 2,425 authorizations for chemotherapy procedures for treatment of indigenous patients. Of these, 2,292 authorizations for a total of 210 individuals were analyzed. We found an increase in the number of authorizations and of indigenous persons receiving chemotherapy over the period, with a higher concentration of individuals living in and receiving treatment in the South of Brazil, plus a wide diversity in the types of diagnosed tumors (n = 63) and of treatment regimen used during the treatment (n = 107). The current study provided a new overview of the epidemiological profile of indigenous patients receiving chemotherapy in the Brazilian Unified National Health System. The findings help fill a current knowledge gap on indigenous people's health in Brazil.


Resumen: Se estima que en Brasil existan cerca de 900 mil indígenas (0,4% de la población del país) pertenecientes a más de 300 etnias diferentes. No obstante, la información sobre la epidemiología del cáncer y medicamentos antineoplásicos utilizados en el tratamiento de esos individuos es escasa. Los objetivos del presente estudio son identificar los medicamentos antineoplásicos utilizados, y describir el perfil de utilización de esos medicamentos en la población indígena tratada en Brasil, así como describir el perfil epidemiológico de los usuarios. Se realizó un estudio de tipo ecológico, implicando la atención ambulatoria con quimioterapia, realizada en el período de enero de 2014 y diciembre de 2018 en todo Brasil. La fuente de recogida de datos utilizada fue el Sistema de Información Ambulatoria, del Departamento de Informática del SUS, considerando solamente las Autorizaciones de Procedimientos de Alta Complejidad para Quimioterapia. Se identificaron 2.425 autorizaciones para procedimientos de quimioterapia, destinadas al tratamiento de pacientes indígenas. Se analizaron 2.292 autorizaciones para un total de 210 individuos. Se observó un aumento del número de autorizaciones y de indígenas en el tratamiento de quimioterapia a lo largo del período, con una mayor concentración de individuos residentes y en tratamiento en la región sur del país, con una diversidad de tipos de tumores diagnosticados (n = 63) y de esquemas terapéuticos utilizados durante el tratamiento (n = 107). El presente estudio presentó un nuevo panorama sobre el perfil epidemiológico de los usuarios indígenas bajo tratamiento quimioterápico en el Sistema Único de Salud. Los hallazgos contribuyen a llenar la actual laguna de conocimiento con respecto a la salud indígena en Brasil.


Assuntos
Humanos , Grupos Populacionais , Antineoplásicos/uso terapêutico , Brasil/epidemiologia , Indígenas Sul-Americanos , Povos Indígenas
4.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 35(supl.3): e00056619, 2019. tab
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1019648

RESUMO

Resumo: Os poucos estudos que abordam o tema de saúde e nutrição em indígenas da macrorregião Nordeste do Brasil sinalizaram situações diferenciadas em alguns aspectos, quando comparados principalmente à realidade de indígenas do Norte e Centro-oeste. Este trabalho objetivou estimar a magnitude das prevalências e risco de sobrepeso e excesso de peso em crianças menores de dez anos da etnia Xukuru do Ororubá, Estado de Pernambuco, e avaliar os fatores socioeconômicos e demográficos potencialmente associados a estes agravos. Estudo transversal, no qual realizou-se uma análise da associação entre as variáveis de desfecho, peso adequado, excesso de peso (sobrepeso e obesidade) e risco de sobrepeso, de acordo com os índices e pontos de corte da Organização Mundial da Saúde para crianças e as variáveis explicativas, utilizando-se regressão logística multinomial. A prevalência de excesso de peso foi de 7,7% e de risco de sobrepeso de 24,2%. As chances de risco de sobrepeso e de excesso de peso são maiores em crianças < 2 anos, e filhos de mães obesas apresentam maior chance de excesso de peso. A prevalência de risco de sobrepeso foi 97% maior quando comparada com os domicílios sem renda fixa. Os achados sugerem que os Xukuru estão atravessando um acelerado processo de transição nutricional, com uma situação paradoxal a que outros povos indígenas no Brasil estão expostos.


Abstract: The few studies on health and nutrition in indigenous peoples in Northeast Brazil point to some differences with indigenous peoples in the North and Central of the country. This study estimated the prevalence rates and risk of overweight and excess weight in Xukuru children in the village of Ororubá, Pernambuco State, and assessed the socioeconomic and demographic factors potentially associated with these conditions. This cross-sectional study analyzed the associations between adequate weight, excess weight (overweight and obesity), and risk of overweight according to the indices and cutoff points of the World Health Organization for children and the explanatory variables, using multinomial logistic regression. Prevalence of excess weight was 7.7% and risk of overweight was 24.2%. The odds of risk of overweight and excess weight were higher in children < 2 years. Children of obese mothers showed higher odds of excess weight. Prevalence of risk of overweight was 97% higher when compared to households with fixed income. The findings suggest that the Xukuru are experiencing an accelerated nutritional transition, with a paradoxical situation to which other indigenous peoples in Brazil are also exposed.


Resumen: Los escasos estudios que abordan el tema de salud y nutrición en indígenas de la macrorregión Nordeste de Brasil mostraron situaciones diferenciadas en algunos aspectos, cuando se comparan principalmente con la realidad de los indígenas del Norte y Centro-oeste. El objetivo de este trabajo fue estimar la magnitud de las prevalencias y riesgo de sobrepeso, así como de exceso de peso en niños menores de diez años de la etnia Xukuru do Ororubá, estado de Pernambuco, y evaluar los factores socioeconómicos y demográficos potencialmente asociados a estos problemas. Se trata de un estudio transversal, en el que se realizó un análisis de la asociación entre las variables de desenlace, peso adecuado, exceso de peso (sobrepeso y obesidad) y riesgo de sobrepeso, conforme los índices y puntos de corte de la Organización Mundial de la Salud para niños, y las variables explicativas, utilizando una regresión logística multinomial. La prevalencia de exceso de peso fue de un 7,7% y la de riesgo de sobrepeso de 24,2%. Las oportunidades de riesgo de sobrepeso y de exceso de peso son mayores en niños < 2 años, asimismo, hijos de madres obesas presentan una mayor oportunidad de exceso de peso. La prevalencia de riesgo de sobrepeso fue un 97% mayor cuando se compara con domicilios sin ingresos fijos. Los resultados sugieren que los Xukuru están atravesando un acelerado proceso de transición nutricional, con una situación paradójica a la que otros pueblos indígenas en Brasil están expuestos.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Indígenas Sul-Americanos/estatística & dados numéricos , Inquéritos Nutricionais/estatística & dados numéricos , Sobrepeso/epidemiologia , Fatores Socioeconômicos , Brasil/epidemiologia , Índice de Massa Corporal , Características de Residência/estatística & dados numéricos , Prevalência , Estudos Transversais , Fatores Etários , Medição de Risco , Mães/estatística & dados numéricos , Obesidade/epidemiologia
5.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 35(supl.3): e00181318, 2019. tab
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1019649

RESUMO

Resumo: Este estudo avalia a atenção pré-natal de mulheres indígenas com idades entre 14-49 anos, com filhos menores de 60 meses no Brasil. O Primeiro Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas avaliou 3.967 mulheres que atendiam a tais requisitos, sendo 41,3% da Região Norte; 21,2% do Centro-oeste; 22,2% do Nordeste; e 15% do Sul/Sudeste. O pré-natal foi ofertado a 3.437 (86,6%) delas. A Região Norte registrou a maior proporção de mulheres que não fizeram pré-natal. A cobertura alcançada foi de 90,4%, mas somente cerca de 30% iniciaram o pré-natal no 1º trimestre e apenas 60% das elegíveis foram vacinadas contra difteria e tétano. Somente 16% das gestantes indígenas realizaram 7 ou mais consultas de pré-natal. Ter acesso a pelo menos um cuidado clínico-obstétrico foi observado em cerca de 97% dos registros, exceto exame de mamas (63%). Foi baixa a solicitação de exames (glicemia 53,6%, urina 53%, hemograma 56,9%, citologia oncótica 12,9%, teste de sífilis 57,6%, sorologia para HIV 44,2%, hepatite B 53,6%, rubéola 21,4% e toxoplasmose 32,6%) e prescrição de sulfato ferroso (44,1%). No conjunto, a proporção de solicitações de exames laboratoriais preconizados não ultrapassou 53%. Os percentuais de realização das ações do pré-natal das indígenas são mais baixos que os encontrados para mulheres não indígenas no conjunto do território nacional, e até mesmo para as residentes em regiões de elevada vulnerabilidade social e baixa cobertura assistencial como a Amazônia Legal e o Nordeste. Os resultados reafirmam a persistência de desigualdades étnico-raciais que comprometem a saúde e o bem-estar de mães indígenas.


Abstract: This study assesses prenatal care for indigenous women 14-49 years of age with children under five years of age in Brazil. The First National Survey of Indigenous People's Health and Nutrition assessed 3,967 women who met these criteria, of whom 41.3% in the North, 21.2% in the Central, 22.2% in the Northeast, and 15% in the South/Southeast. Prenatal care was offered to 3,437 (86.6%) of these women. The North of Brazil showed the highest proportion of indigenous women who did not receive prenatal care. Coverage was 90.4%, but only some 30% began prenatal care in the first trimester, and only 60% of the eligible women were vaccinated for diphtheria and tetanus. Only 16% of indigenous pregnant women had seven or more prenatal visits. Access to at least one clinical-obstetric consultation was found in 97% of the records, except for breast examination (63%). Laboratory test rates were low (blood glucose 53.6%, urinalysis 53%, complete blood count 56.9%, Pap smear 12.9%, syphilis test 57.6%, HIV serology 44.2%, hepatitis B 53.6%, rubella 21.4%, and toxoplasmosis 32.6%), as was prescription of ferrous sulfate (44.1%). As a whole, the proportion of orders for recommended laboratory tests was only 53%. The percentages of prenatal care procedures for indigenous women are lower than for non-indigenous Brazilian women as a whole, and are even lower than among women in regions with high social vulnerability and low healthcare coverage, like the Legal Amazonia and the Northeast. The results confirm the persistence of ethnic-racial inequalities that compromise the health and well-being of indigenous mothers.


Resumen: Este estudio evalúa la atención prenatal a mujeres indígenas con edades comprendidas entre los 14-49 años, con hijos menores de 60 meses en Brasil. La Primera Encuesta Nacional de Salud y Nutrición de los Pueblos Indígenas evaluó a 3.967 mujeres que reunían tales requisitos, procediendo un 41,3% de la Región Norte; un 21,2% del Centro-oeste; un 22,2% del Nordeste; y un 15% del Sur/Sudeste. El servicio prenatal se le ofreció a 3.437 (86,6%) de ellas. La Región Norte registró la mayor proporción de mujeres que no realizaron el seguimiento prenatal. La cobertura alcanzada fue de un 90,4%, pero solamente cerca de un 30% comenzaron el seguimiento prenatal durante el primer trimestre y sólo un 60% de las elegibles fueron vacunadas contra la difteria y tétanos. Solamente un 16% de las gestantes indígenas realizaron 7 o más consultas de prenatal. Alrededor de un 97% de los registros se observó que tuvieron acceso a por lo menos un cuidado clínico-obstétrico, excepto el examen de mamas (63%). Fue baja la solicitud de exámenes (glucemia 53,6%, orina 53%, hemograma 56,9%, citología oncológica 12,9%, test de sífilis 57,6%, serología para VIH 44,2%, hepatitis B 53,6%, rubeola 21,4% y toxoplasmosis un 32,6%) y la prescripción de sulfato ferroso (44,1%). En conjunto, la proporción de solicitudes de exámenes de laboratorio previstos no sobrepasó el 53%. Los porcentajes de realización de acciones del seguimiento prenatal por parte de las indígenas son más bajos que los encontrados en mujeres no indígenas, en el conjunto del territorio nacional, y hasta incluso en comparación con las residentes en regiones de elevada vulnerabilidad social y baja cobertura asistencial como la Amazonia Legal y el Nordeste. Los resultados reafirman la persistencia de desigualdades étnico-raciales que comprometen la salud y el bienestar de las madres indígenas.


Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Adolescente , Adulto , Adulto Jovem , Cuidado Pré-Natal/estatística & dados numéricos , Avaliação de Programas e Projetos de Saúde/estatística & dados numéricos , Indígenas Sul-Americanos/estatística & dados numéricos , Pesquisas sobre Atenção à Saúde/estatística & dados numéricos , Fatores Socioeconômicos , Brasil , Estudos Transversais , Disparidades em Assistência à Saúde/etnologia , Disparidades em Assistência à Saúde/estatística & dados numéricos , Registros de Saúde Pessoal , Pessoa de Meia-Idade
7.
Rev. bras. epidemiol ; 20(1): 102-114, Jan.-Mar. 2017. tab
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-843740

RESUMO

RESUMO: Objetivo: Avaliar a prevalência de anemia, os níveis médios de hemoglobina e os principais fatores nutricionais, demográficos e socioeconômicos associados em crianças Xavante, em Mato Grosso, Brasil. Métodos: Realizou-se inquérito em duas comunidades indígenas Xavante na Terra Indígena Pimentel Barbosa visando avaliar todas as crianças com menos de dez anos. Foram coletados dados de concentração de hemoglobina, antropometria e aspectos socioeconômicos/demográficos por meio de avaliação clínica e questionário estruturado. Utilizaram-se os pontos de corte recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a classificação de anemia. Análises de regressão linear com hemoglobina como desfecho e regressão de Poisson com variância robusta com presença ou não de anemia como desfechos foram realizadas (intervalo de confiança de 95% -IC95%). Resultados: Os menores valores médios de hemoglobina ocorreram nas crianças com menos de dois anos, sem diferença significativa entre os sexos. A anemia atingiu 50,8% das crianças, prevalecendo aquelas com menos de dois anos 2 anos (77,8%). A idade associou-se inversamente à ocorrência de anemia (razão de prevalência - RP - ajustada = 0,60; IC95% 0,38 - 0,95) e os valores médios de hemoglobina aumentaram significativamente conforme o incremento da idade. Os maiores valores de escores z de estatura-para-idade reduziam em 1,8 vez a chance de ter anemia (RP ajustada = 0,59; IC95% 0,34 - 1,00). A presença de outra criança com anemia no domicílio aumentou em 52,9% a probabilidade de ocorrência de anemia (RP ajustada = 1,89; IC95% 1,16 - 3,09). Conclusão: Elevados níveis de anemia nas crianças Xavante sinalizam a disparidade entre esses indígenas e a população brasileira geral. Os resultados sugerem que a anemia é determinada por relações complexas e variáveis entre fatores socioeconômicos, sociodemográficos e biológicos.


ABSTRACT: Objective: To evaluate the prevalence of anemia, mean hemoglobin levels, and the main nutritional, demographic, and socioeconomic factors among Xavante children in Mato Grosso State, Brazil. Methods: A survey was conducted with children under 10 years of age in two indigenous Xavante communities within the Pimentel Barbosa Indigenous Reserve. Hemoglobin concentration levels, anthropometric measurements, and socioeconomic/demographic data were collected by means of clinical measurements and structured interviews. The cut-off points recommended by the World Health Organization were used for anemia classification. Linear regression analyses with hemoglobin as the outcome and Poisson regression with robust variance and with the presence or absence of anemia as outcomes were performed (95%CI). Results: Lower mean hemoglobin values were observed in children under 2 years of age, without a significant difference between sexes. Anemia was observed among 50.8% of children overall, with the highest prevalence among children under 2 years of age (77.8%). Age of the child was inversely associated with the occurrence of anemia (adjusted PR = 0.60; 95%CI 0.38-0.95) and mean hemoglobin values increased significantly with age. Greater height-for-age z-score values reduced the probability of having anemia by 1.8 times (adjusted PR = 0.59; 95%CI 0.34-1.00). Presence of another child with anemia within the household increased the probability of the occurrence of anemia by 52.9% (adjusted PR = 1.89; 95%CI 1.16-3.09). Conclusion: Elevated levels of anemia among Xavante children reveal a disparity between this Indigenous population and the national Brazilian population. Results suggest that anemia is determined by complex and variable relationships between socioeconomic, sociodemographic, and biological factors.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Lactente , Criança , Adolescente , Hemoglobinas/análise , Indígenas Sul-Americanos , Anemia/sangue , Anemia/epidemiologia , Fatores Socioeconômicos , Brasil/epidemiologia , Prevalência
8.
Cad. saúde pública ; 31(8): 1685-1697, Aug. 2015. tab, ilus
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-759503

RESUMO

Este estudo transversal visa a descrever a distribuição de excesso de peso e obesidade e sua associação com variáveis demográficas e socioeconômicas entre 794 adultos indígenas, de 19 a 59 anos, da etnia Xukuru do Ororubá, povo indígena cujas terras estão localizadas no Município de Pesqueira, agreste de Pernambuco, Brasil. A análise da associação entre as variáveis de desfecho, excesso de peso (IMC > 24,99kg/m2) e obesidade (> 29,99kg/m2) e as variáveis explicativas foi realizada utilizando-se regressão logística multinível. Entre as mulheres, 52,2% estavam com excesso de peso e 21% obesas. Para os homens, as prevalências foram de 44,1% e 7,5%, respectivamente. As variáveis sexo feminino e idade (> 30 anos) estiveram associadas à ocorrência de ambos os agravos. Status socioeconômico e interação sexo masculino e renda per capita elevada apresentaram associação com obesidade. Assim como observado em outras populações indígenas, os achados sugerem que os Xukuru estão atravessando um acelerado processo de transição nutricional.


This cross-sectional study focused on the epidemiology of overweight and obesity and the association with demographic and socioeconomic variables in a sample of 794 Xukuru of Ororubá adults 19-59 years of age, from an indigenous reserve in Pesqueira County, Pernambuco State, Brazil. Descriptive analyses and multivariate logistic regression were carried out, using cut-off points of BMI > 24.99kg/m2 for overweight and > 29.99kg/m2 for obesity. Prevalence rates of overweight and obesity were higher in women (52.2% and 21%, respectively) than in men (44.1% and 7.5%, respectively). Female sex and age (> 30 years) were associated with both outcomes in the multivariate regression. For obesity, the following variable showed statistically significant associations: socioeconomic status and the interaction between male gender and per capita income. As in other indigenous populations in Brazil, the study's findings suggest that the Xukuru are experiencing a rapid nutritional transition.


Este estudio transversal tiene como objetivo describir la distribución del exceso de peso, obesidad y su asociación con variables demográficas y socioeconómicas. El estudio fue realizado entre 794 adultos indígenas, de 19 hasta 59 años de edad de los Xukuru do Orurubá, pueblo indígena cuyas tierras están ubicadas en el Municipio de Pesqueira, Pernambuco, Brasil. El análisis de la asociación entre variables de desenlace, exceso de peso (IMC > 24,99kg/m2), obesidad (> 29,99kg/m2) y las variables explicativas fue realizado mediante una regresión logística multinivel. Entre las mujeres, un 52% estaban con exceso de peso y un 21% obesos, en el caso de los hombres. Por otro lado, la prevalencia fue de un 44,1% y un 7,5%, respectivamente. Las variables sexo femenino y edad (> 30 años) se mostraron asociadas a la ocurrencia de ambas condiciones. El estatus socioeconómico y la interacción entre sexo masculino y renta per cápita elevada mostraron asociación con obesidad. Así como lo observado en otras poblaciones indígenas, los resultados sugieren que los Xukuru están atravesando un acelerado proceso de transición nutricional.


Assuntos
Adulto , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Indígenas Sul-Americanos , Obesidade/epidemiologia , Distribuição por Idade , Índice de Massa Corporal , Brasil/epidemiologia , Estudos Transversais , Sobrepeso/epidemiologia , Prevalência , Fatores de Risco , Distribuição por Sexo , Fatores Socioeconômicos
9.
Cad. saúde pública ; 29(9): 1726-1726, Set. 2013.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-686759
12.
Interciencia ; 34(4): 259-264, abr. 2009. ilus, graf, tab
Artigo em Inglês | LILACS | ID: lil-630817

RESUMO

This study reports the results of a cross-sectional survey carried out in 2005 to investigate the epidemiology of intestinal parasitism among the Suruí Indians, Brazilian Amazon. A total of 519 stool samples were examined by zinc-sulphate-flotation and formol-ether-sedimentation. Entamoeba histolytica/E. dispar-positive samples were further tested by ELISA. Thirty-six percent of the subjects were positive for one more helminth species; 70.7% harbored at least one protozoan species. The most frequent helminth was Hymenolepis nana (29.5%). Nematodes were rare (hookworm= 3.3%; Strongyloides stercoralis= 0.2%). Capillaria sp. was identified in 5.2% of the samples and one case of parasitism by Dipylidium caninum was detected. Prevalence of Giardia duodenalis and E. histolytica/E. dispar was 16.2% and 12.3%, respectively. Based on ELISA, the prevalence of E. histolytica infection was 3.2%. The overall prevalence of intestinal nematode infections depicted in this study was surprisingly low compared to what is often reported for other indigenous populations in the Brazilian Amazon. It is argued that the prevalence of helminths in the Suruí are associated with anthelminthic mass treatment schemes undertaken by the Indian health service, in the absence of other measures. The authors propose that a special program aimed at controlling intestinal parasitism in indigenous communities should step beyond the top-down distribution of medication, but rather be designed in collaboration with the target population, encompassing education, better housing, alternative sewage disposal systems and safe water supply to all villagers.


Se reportan los resultados de un estudio transversal llevado a cabo en 2005 sobre la epidemiología del parasitismo intestinal en indios Suruí de la amazonia brasilera. Un total de 519 muestras de heces fueron examinadas por flotación en sulfato de zinc y sedimentación en etil-éter. Muestras positivas para Entamoeba histolytica/E. dispar fueron testeadas por ELISA. Una o más especies de helmintos estuvieron presentes en 36% de los sujetos y 70,7% presentaron al menos una especie de protozoario. El helminto más frecuente fue Hymenolepis nana (29,5%). Los nematodos fueron escasos (anquilostomo= 3,3%; Strongyloides stercoralis= 0.2%). Se identificó Capillaria sp. en 5,2% de las muestras y se detectó un caso de parasitismo por Dipylidium caninum. Las prevalencias de Giardia duodenalis y E. histolytica/E. dispar fueron 16,2% y 12,3%, respectivamente. Según ELISA la prevalencia de infección por E. histolytica fue 3,2%. La prevalencia de infección por nematodos fue sorpresivamente baja en comparación con reportes frecuentes en otras poblaciones indígenas de la amazonia brasilera. Se argumenta que los cambios en la prevalencia de helmintiasis en los Suruí se asocian a tratamientos masivos con antihelmínticos llevados a cabo por el servicio de salud de indígenas, en ausencia de otras medidas. Se propone que un programa especial orientado a controlar el parasitismo intestinal en poblaciones indígenas debe desligarse de la distribución de medicación, sino ser diseñado en colaboración con los habitantes locales, abarcando educación, mejores viviendas y sistemas de drenaje y disposición de residuos, y suministro de agua segura a todos los pobladores.


Este trabalho apresenta os resultados de um estudo seccional conduzido em 2005 que visou investigar o perfil epidemiológico das parasitoses intestinais entre os índios Suruí, localizados em Rondôna, Amazônia brasileira. Um total de 519 amostras fecais foi examinado pelas técnicas de flutuação com sulfato de zinco e sedimentação com formol-éter. Amostras positivas para Entamoeba histolytica/E. díspar foram posteriormente testadas pelo método ELISA. Trinta e seis por cento dos indivíduos encontravam-se positivos para pelo menos uma espécie de helminto; 70,7% abrigavam pelo menos uma espécie de protozoário. O helminto mais freqüente foi Hymenolepis nana (29,5%). Nematódeos foram raros (ancilostomídeos= 3,3%; Strongyloides stercoralis= 0,2%). Capillaria sp. foi identificado em 5,2% das amostras e um caso de parasitismo por Dipylidium caninum foi observado. As prevalências de Giardia duodenalis e E. histolytica/E. dispar foram de 16,2% e 12,3%, respectivamente. Baseada no teste ELISA, a prevalência de infecção por E. histolytica foi de 3,2%. A prevalência total de infecção intestinal por nematódeos demonstrada neste estudo foi surpreendentemente baixa se comparada ao que tem sido geralmente reportado para outras populações indígenas da Amazônia brasileira. Argumenta-se que a baixa prevalência de helmintos entre os Suruí está em larga medida associada a esquemas de tratamento em massa com anti-helmínticos dispensados pelo serviço de saúde indígena. Os autores propõem que um programa especial destinado ao controle de parasitoses intestinais em comunidades indígenas deve ir além da distribuição de medicamentos. Preferencialmente, deve ser planejado em colaboração com a população alvo, considerando aspectos educacionais e visando a melhoria nas moradias e no sistema de esgoto e de fornecimento de água.

14.
Invest. educ. enferm ; 26: 86-97, mar. 2008. ilus
Artigo em Espanhol | LILACS, BDENF | ID: lil-497315

RESUMO

Este artículo pretende comunicar resultados de unestudio demográfico sobre los aspectos culturalesligados a la reproducción, realizado en indígenasSuruí, en Rondônia y Mato Grosso, Brasil. Objetivo:descubrir los aspectos culturales ligados a lafecundidad en relación con la conciencia demográficade estos pueblos. Metodología: se adoptó elenfoque etnográfico; visitamos la totalidad de lasunidades domiciliarias de las aldeas conocidascomo Linha 14 y Placa, en la Tierra Indígena “Setede Setembro” en 2004. Participaron 115 mujeres.Resultados: Hay dos prácticas de conyugalidad,la poliginia y el matrimonio interétnico. Revive lacostumbre de la reclusión ritual de las mujeresen su primera menstruación y la prohibición derelacionarse sexualmente durante la gestación,el posparto y hasta un año después de nacer elhijo. La producción de leche materna es altamentevalorada y los niños la obtienen hasta los dos años.Tener muchos niños y producir mucha leche es elideal. Lo más importante para los Suruí es la reproducciónde la sociedad para continuar como unidadétnicamente diferenciada. Discusión: analizamoslas permanencias y los cambios en la esfera dela reproducción. Comparamos con resultados deotros estudios relacionados con la etnología Suruíy con la actuación de los servicios de asistenciaen esta comunidad. Conclusión: los aspectosculturales son los elementos esenciales para laformulación de políticas de salud que valoricen alos suruí y le impriman especificidad étnica a losprogramas y proyectos.


Assuntos
Antropologia Cultural , Comportamento Reprodutivo/etnologia , Saúde da Mulher , Brasil
SELEÇÃO DE REFERÊNCIAS
DETALHE DA PESQUISA